Segundo ciclo de filmes do Cine Neabi, edição 2016, aborda a cultura negra

por Virginia publicado 06/05/2016 21h18, última modificação 06/05/2016 21h18
O segundo ciclo de filmes do projeto de extensão Cine Neabi I – Multiplicando Olhares exibe, no mês de maio, obras que retratam a cultura negra: “O Povo Brasileiro – Matriz Afro/O Brasil Crioulo”; “Félix, o Herói da Barra”; “Zumbi Somos Nós”; e “Brasil, uma história inconveniente”. Elas serão exibidas este mês, durante o Ciclo II – Da Origem.

O segundo ciclo de filmes do projeto de extensão Cine Neabi I – Multiplicando Olhares exibe, no mês de maio, obras que retratam a cultura negra: “O Povo Brasileiro – Matriz Afro/O Brasil Crioulo”; “Félix, o Herói da Barra”; “Zumbi Somos Nós”; e “Brasil, uma história inconveniente”. Elas serão exibidas este mês, durante o Ciclo II – Da Origem.

O documentário “O Povo Brasileiro – Matriz Afro/O Brasil Crioulo”, dirigido por Isa Grinspum Ferraz (2000), abriu o ciclo na quarta-feira, dia 4, propondo uma abordagem sobre a chamada civilização tropical africana, uma das principais vertentes do processo de construção da sociedade e da cultura brasileiras. Envolvidos no maior movimento de migração compulsória de que se tem notícia em toda a história da humanidade, eles principiaram a chegar aos nossos trópicos ainda na primeira metade do século XVI. E para cá trouxeram, além do repertório genético, toda uma imensa gama de procedimentos técnicos e de criações simbólicas.

Em “Félix, o Herói da Barra”, a ser exibido no dia 11, o público poderá conhecer a história de Félix José Rodrigues, uma personagem presente na memória coletiva da comunidade quilombola de Barra de Aroeira, Santa Tereza, Tocantins. Félix, um ex-escravo, teria lutado na guerra do Paraguai e recebido das mãos do imperador D. Pedro II uma grande extensão de terras no antigo norte de Goiás, por sua atuação no conflito. A perda do documento original, após a sua morte, leva seus descendentes a uma saga que já dura mais de cinquenta anos, na qual, um dos objetivos,  é comprovar a história e recuperar o território original, hoje ocupado por inúmeras fazendas e por duas cidades. O documentário de 2015 é dirigido por Edson Fogaça e foi premiado no 48.º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

O racismo será o tema do documentário exibido no dia 18. “Zumbi Somos Nós” é uma produção de 2007 dirigida pela Frente 3 de Fevereiro, grupo que aborda o racismo na sociedade por meio de intervenções artísticas e cria um diálogo afinado entre imagem e som, norteado por narradores-personagens-mc, procurando converter a violência em uma resistência simbólica.

Fechando o Ciclo II – Da Origem, o documentário “Brasil, uma história inconveniente” discute o processo da escravidão e o passado colonial do Brasil, mostrando como Portugal foi responsável pela maior emigração forçada da história da humanidade. Realizado em 2000, por Phil Grabsky, para a BBC/History Channel, a produção ganhou um Gold Remi Award no Houston International Film Festival em 2001.

Projeto aprovado no Programa de Bolsas de Extensão (PBaex) do IFRR, edições 2015 e 2016, o Cine Neabi é um cineclube que tem a temática da diversidade e dos direitos humanos – em seus variados campos – como foco principal. O projeto, desenvolvido pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do IFRR/Campus Boa Vista Centro, está dividido em ciclos mensais de filmes (até o mês de agosto) por área temática, com exibição semanal, sempre às quartas-feiras, às 12h, no auditório do Campus Boa Vista Centro, seguida de debate com os participantes. A entrada é gratuita e aberta a toda a comunidade interessada.

 

Cristina Oliveira

NEABI/IFRR Campus Boa Vista Centro

6/5/2016