Sensibilização marca abertura do Encontro dos Napnes e dos Tradutores e Intérpretes de Libras do IFRR
Na manhã desta segunda-feira, 22, no auditório do Campus Boa Vista Zona Oeste do Instituto Federal de Roraima (CBVZO-IFRR), teve início o 2.° Encontro dos Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napnes) e dos Tradutores e Intérpretes de Libras. O evento, organizado pela Pró-Reitoria de Ensino, foi aberto pela apresentação musical do jovem autista Asafe Araújo Costa de Sousa e pela fala de algumas gestoras do IFRR, que enfatizaram a importância de atender à legislação, estudar a teoria, mas principalmente estar sensível para perceber, acolher e desenvolver uma educação inclusiva na instituição.
Para esse momento inicial do evento, houve a mesa-redonda com o tema “Possibilidades de estratégias pedagógicas educacionais para a inclusão da pessoa com deficiência”, mediada pela coordenadora técnico-pedagógica do IFRR, Thays Cristine de Carvalho Soares. O debate foi apresentado por profissionais que trabalham e vivenciam a educação inclusiva cotidianamente, dando exemplo de superação e motivação para todo o público.
As professoras Carleide Schramm Silva, vinculada à Secretaria Estadual de Educação e Desporto de Roraima (Seed-RR), e Elizabete Melo Nogueira, servidora aposentada do IFRR, falaram como docentes e mães de filhos com deficiência. Elas contaram os desafios da socialização escolar, a busca para compreender e o empenho para o cumprimento da legislação, além da construção dos vínculos afetivos fora do seio familiar, entre outros aspectos importantes e peculiares na vida de uma pessoa especial.
Carleide tem um filho de 15 anos, que possui deficiência física, o qual está escrevendo um livro. Ela enfatizou o empenho em se desdobrar como mãe e profissional para que o filho seja independente. Já a professora Elizabete contou que seu filho, que tem 20 anos, autista, adora mecânica de carros. Ela também explicou como seu olhar profissional colaborou para compreender a diversidade. “Nós, professores, aprendemos a trabalhar com o diferente todos os dias”, completou.
A professora Lidiana Lovato, que também participou da mesa, relatou a experiência de receber um estudante autista no curso de Ciências Biológicas do IFRR em que é coordenadora. Ela disse que isso fez com que toda a equipe envolvida saísse da zona de conforto. Durante sua fala, narrou a visão compartilhada por alguns colegas envolvidos na formação acadêmica desse aluno no instituto, que inclusive faz pesquisa de iniciação científica, por meio do Pibic. O interesse da professora Lidiana pela inclusão já vem de longa data, tanto que se qualificou também na área de Libras.
Para fechar as falas dos debatedores, houve a exposição do professor substituto do IFRR Ricardo Daniel Prestes Jacaúna, que tem deficiência física. Ele apresentou brevemente algumas ferramentas assistivas que podem colaborar para o processo de aprendizagem de pessoas com deficiências, principalmente de audição e visual. Ele mostrou um produto educacional que desenvolveu por meio de QR Code durante o mestrado em Ciências na Universidade Estadual de Roraima (Uerr).
Na segunda-feira, 22, à tarde, o evento teve a palestra da professora Esmareci Santos do Nascimento intitulada “Letramento da língua portuguesa para a pessoa com surdez”. O evento segue nesta terça, 23, durante o dia todo. Pela manhã, terá a participação do assessor de comunicação do IFRR, Gildo Júnior, e a socialização dos planos de ações dos Napnes do IFRR em 2019. À tarde, haverá palestra com a professora doutora Cinara Barberena, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), além de exposição da União de Pais e Professores com Autismo de Roraima (UPPA).
