IFRR licencia primeiro deficiente auditivo em Educação Física

por Antonio Evaldo Soares publicado 28/08/2015 15h30, última modificação 22/09/2015 22h10
Carlos Pereira Nattrodt é o nome do estudante do Instituto Federal de Roraima (IFRR) que, nesta quinta-feira (27), entra para a história como o primeiro professor com deficiência auditiva licenciado em Educação Física pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica do Brasil.
IFRR licencia primeiro deficiente auditivo em Educação Física

IFRR licencia primeiro surdo mudo em Educação Física

Carlos Pereira Nattrodt é o nome do estudante do Instituto Federal de Roraima (IFRR) que, nesta quinta-feira (27), entra para história como o primeiro professor com deficiência auditiva licenciado em Educação Física pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica do Brasil.

Carlos nasceu no Estado do Amazonas e veio morar em Roraima quando ainda tinha cinco anos de idade, juntamente com os seus pais. Esse senhor de olhar firme e sereno aparenta estar sempre tranquilo e com muita vontade de aprender. Porém, as salas de aula convencionais são muito difíceis, isso porque as aulas são preparadas para ouvintes. Portanto, quem é deficiente auditivo tem a necessidade da presença de um intérprete. Essa é uma das barreiras que o deficiente  encontra na hora de aprender.

A falta de acessibilidade, principalmente nos níveis de ensino fundamental e médio, faz com que muitos desistam. Não foi o caso de Nattrodt, que concluiu a Licenciatura em Educação Física no tempo regular e hoje entra para a história.

Interprete de Libras (Foto: Antonio E. Soares)

Por meio do intérprete de sinais do IFRR Rogério Mendes, o recém-formado diz: “Estou muito feliz, pois agora minha vida vai melhorar, principalmente no que diz respeito ao mercado de trabalho. Pretendo fazer um concurso público na área e ensinar o que eu aprendi às crianças. Também quero ter uma vida mais estável com minha família. Sou casado e tenho quatro filhos. Minha esposa também é deficiente auditiva, mas nossos filhos são todos ouvintes e falantes. Apesar disso, damo-nos muito bem. Somos uma família feliz, e quero dizer às pessoas que têm algum tipo de deficiência que não desistam por causa das limitações, mas sigam em busca de seus sonhos, porque somos todos capazes”, finaliza.

 Exemplo de vida para o filho Daniel (Foto: Antonio E. Soares)

Parceiro do dia a dia, Daniel Sena Nattrodt tem 11 anos e é o filho que está mais perto do pai. Acompanhou-o nas aulas, leva-o ao médico e não sai de perto dele. “Eu amo muito o meu pai. Ele é um orgulho. Fico feliz em vê-lo concluindo esse curso, recebendo o diploma e realizando um sonho. Ele é um exemplo”, diz o rapaz.

Para o IFRR, esse é um momento muito importante, porque há a inserção no mercado de trabalho de um profissional com um grande diferencial de atuação na profissão, o que vai servir de exemplo e incentivar outros que também queiram se graduar.

A reitora em exercício do IFRR, professora Sandra Mara Dias Botelho, ressaltou que o acontecimento “é um divisor de águas, porque o instituto vem desenvolvendo o seu momento de inclusão com outros alunos e, em especial, com o Carlos Nattrodt. Esta oportunidade deve ter um gosto muito especial para ele, pois alunos com alguma deficiência geram desafios para nós, professores. Afinal, temos de contribuir para essa inclusão social e, provavelmente, daqui para a frente, os professores também vão ter novos olhares sobre o próprio processo de formação”, concluiu Sandra.

Por: Antonio Evaldo Soares

Fonte: CCS/Reitoria

Data: 27/08/2015  

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