IFRR firma parcerias para efetivar a implantação do Centro Nutri na Terra Indígena Raposa Serra do Sol

por Virginia publicado 09/11/2015 20h35, última modificação 09/11/2015 21h08
O IFRR, por meio do Programa de Aprendizagem Comunitária e Novos Saberes, tem realizado diversas ações nas comunidades da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, região Ingarikó, com o objetivo de desenvolver os saberes indígenas por meio da prática da oralidade, a partir de atos e significações éticas que configuram situações harmônicas, baseadas no respeito, no espaço de identidade e na memória coletiva do povo.

 

O IFRR, por meio do Programa de Aprendizagem Comunitária e Novos Saberes, tem realizado diversas ações nas comunidades da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, região Ingarikó, com o objetivo de desenvolver os saberes indígenas por meio da prática da oralidade, a partir de atos e significações éticas que configuram situações harmônicas, baseadas no respeito, no espaço de identidade e na memória coletiva do povo.

A ação mais recente que está sendo desenvolvida é a implantação do Centro Nutri na Comunidade Indígena Pipi do Manalai, região Ingarikó Wîi Tîpî, Município do Uiramutã, com o intuito de contribuir para a melhoria da qualidade de vida do povo ingarikó por meio da oferta de conhecimentos técnicos, tendo em vista a autossuficiência na produção de alimentos de origem animal e vegetal.

Capacitação – No diagnóstico realizado para a implantação do centro, foi observado que o manejo desenvolvido pelos indígenas estava pautado em conhecimentos empíricos, de forma que o rebanho ovino apresentava alta taxa de mortalidade e ambos os rebanhos, ovino e bovino, mostravam baixos índices de produção. Além disso, foram observados outros aspectos, tais como a inexistência da prática de vacinação, vermifugação, identificação animal e registro dos rebanhos. Assim, a equipe do programa promoveu vários cursos e oficinas que abordaram os seguintes temas: manejo sanitário do rebanho ovino; prática de manejo de ovinos e bovinos com apresentação de métodos de contenção; vacinação  do rebanho bovino contra febre aftosa; vermifugação e identificação, com brincos, dos bovinos e dos ovinos; administração de vitamina ADE nos ovinos; prática de limpeza e desinfecção das instalações dos ovinos; prática de compostagem; limpeza e organização da farmácia da fazenda; procedimento de retirada de abscessos dos animais e de cura de feridas causadas por mordida de morcego; controle da população de morcegos e construção do tronco de contenção no curral de manejo dos bovinos; prática de implantação do viveiro; coleta de amostras do solo; e preparo de canteiros para horta.

Parcerias – Para a efetivação da implantação do centro, a coordenação do programa vem buscando parcerias que possam agregar valores e tornar os indígenas autônomos na condução do processo de produção animal e vegetal. “O IFRR, por meio dos servidores envolvidos no Programa Aprendizagem Comunitária e Novos Saberes, percebeu que, para efetivar a implantação do centro, é necessário reunir outras instituições com expertise na área de agropecuária e agricultura”, explicou Almira Biazon França, professora do Campus Amajari e instrutora dos cursos e das oficinas.

Workshop – Com vistas à ampliação das parcerias, no mês de setembro foi realizado um workshop, do qual participaram diversas instituições da área de agropecuária e agricultura, entre elas a Embrapa, com a qual o IFRR assinará um Termo de Cooperação Técnica para a implantação do Sisteminha Embrapa, que consiste em um pequeno modelo de propriedade familiar integrada com a produção de hortaliças, fruticultura, piscicultura, avicultura, ovinocultura e bovinocultura. “Já foi realizado um estudo de viabilidade da implantação do sisteminha pela própria Embrapa, bem como um mapeamento do solo e a catalogação dos organismos aquáticos por um técnico da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima, quando foi comprovada a viabilidade do projeto. É importante destacar também que o sisteminha objetiva criar alternativas de produção animal e vegetal de baixo custo, o que é salutar para as comunidades indígenas”, esclareceu Almira.

Em recente reunião, o chefe-geral da Embrapa, senhor Otoniel Ribeiro Duarte, a coordenadora do Programa Aprendizagem Comunitária e Novos Saberes, professora Elizabete Melo Nogueira, a professora Almira Biazon, o assessor político do Conselho do Povo Ingarikó (Coping), Dilson Domente Ingaricó, o segundo tuxaua da Comunidade Mapaé, Leandro Ilian Mucuca Ingaricó, e os líderes indígenas Josué Brasil e Ednarde Marques Cirqueira definiram os próximos passos da ação.  Após a efetivação da parceria, a meta é alocar recursos, por meio da inscrição do projeto em editais de financiamento, para dar continuação à ação de implantação do centro. A previsão é que o sisteminha seja implantado no início de 2016.

Virginia Albuquerque

CCS/Reitoria

07/11/2015


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